Como estimular os cinco sentidos do bebê

Postado por on outubro 10, 2017 em Blog | 0 comentários

Antes de entender o mundo, o bebê o sente. Por meio de sons, cheiros, gostos e, principalmente, toques, é que ele vai compreender o que acontece à sua volta. E faz isso com o corpo inteiro: mãos, pés, cabeça, boca, língua, ouvidos, olhos… Todas as sensações são integradas com a percepção do seu corpo no espaço. À medida que ele as experimenta, vai construindo a memória de suas vivências. O bebê é um ser ativo, capaz de perceber e comunicar seu estado interior utilizando as sensações físicas, as emoções e os gestos. É por isso que faz sons de satisfação ao mamar ou ao ser pego no colo, relaxa o corpo ao receber uma massagem e demonstra felicidade quando ouve determinada música.

O poder do toque
Diferente dos outros sentidos, o tato não se concentra em um ponto específico, mas por toda a pele, que é o nosso maior órgão – é ela, aliás, que faz a criança se perceber única, já que delimita seu corpo. Ainda no útero, o bebê já prova a sensação do líquido amniótico em contato com o seu corpo. Inúmeras pesquisas demonstram que o toque é essencial para a construção da identidade e para o desenvolvimento afetivo. Não à toa, se fala tanto na importância do colo e da amamentação para a criação do vínculo. Enquanto mama, o bebê sente o acolhimento da mãe, além de ver sua expressão de ternura e sentir seu carinho – uma explosão de estímulos. Mas é claro que todos os sentidos são igualmente importantes. Veja a seguir algumas dicas para estimulá-los:

Tato
– A shantala, massagem indiana feita em bebês a partir de 1 ano, é um momento especial de interação e ajuda a criança a relaxar. Use óleo ou creme hidratante infantis e aproveite esses minutos ao lado do seu filho.
– Estimule a pele do bebê com pinceis bem macios de diferentes tamanhos, uma pena ou tecidos molinhos.
– Forre o chão com tecidos diferentes para a criança brincar. Dá para usar tule, seda, cetim e o que mais sua imaginação permitir.
– Quando começar a oferecer alimentos, deixe-o brincar com a comida na mão e experimentar temperaturas diferentes e consistências variadas. Faz sujeira, mas vale a pena!

Visão
– Esse é um sentido que deve ser trabalhado junto com o tato, porque o bebê antecipa com os olhos o que vai conhecer com as mãos. Mostre e depois ofereça a ele objetos de tamanhos e cores diferentes, variando a distância.
–  Quando nasce, o bebê tem a vista embaçada e vê o mundo fora de foco. Nessa fase, o contraste de cores, como branco e preto, é interessante. Em vez de móbiles supercoloridos, por que não criar um com formas geométricas em branco e preto, com papel? Aos 6 meses, em média, ele vai enxergar como um adulto.
– Mostre também objetos em vários tons diferentes da mesma cor.
– No banho de sol, deixe seu filho em uma posição em que consiga ver as coisas ao redor. Embaixo de uma árvore, por exemplo, ele pode observar as folhas balançando.

Audição
– Não é só porque o bebê não entende que você não deve falar com ele. Muito pelo contrário. Conversar é fundamental para que ele aprenda a se comunicar.
– Crie narrativas nos diversos momentos da rotina. Use timbres e tons de voz diferentes, crie melodias…
– Coloque músicas de gêneros diferentes para ele ouvir. Mas também deixe o bebê ficar em silêncio, o que é igualmente importante, pois o excesso de estímulos sonoros pode deixá-lo agitado.
– Não poupe o bebê o tempo todo dos barulhos rotineiros da casa.
– Deixe-o jogar um objeto no chão e reparar no som que faz ao cair. Também permita que ele faça barulho com potes e panelas.

Olfato
– Coloque um cheirinho diferente na hora do banho, como lavanda ou hortelã, na água da banheira.
– Deixe-o sentir o cheiro da comida – o que, aliás, influencia positivamente o paladar e aumenta as chances da criança comer melhor.
– Faça sempre passeios ao ar livre, como no jardim ou na praça – um ótimo estímulo para todos os sentidos. Ponha um tecido gostoso na grama e deixe que o bebê sinta o cheiro da terra.
– Coloque diferentes tipos de chá (camomila, erva-doce, erva-cidreira, horela, manjericão, alecrim) naqueles borrifadores de roupa para a criança brincar com a “chuva cheirosa”.

Paladar
– Leve seu filho à feira desde pequeno e incentive-o a experimentar novos sabores (frutas que não se come a casca e que não precisam ser lavadas, por exemplo).
– Deixe-o livre para provar os alimentos – e prepare-se para a sujeira. Comida não é brinquedo, mas manusear é uma ótima maneira de conhecê-las e criar gosto por elas.
– Ofereça alimentos com texturas diferentes, um bom exercício para a mastigação.
– Criança não precisa comer comida sem sabor. Use temperos naturais para não abusar do sal.

Fontes: Antonio Carlos de Farias, neuropediatra do Hospital Pequeno Principe, em Curitiba (PR); Gabriella Cuglovici, educadora responsável pela Oficina das Sensações, que acontece no Mamusca, em São Paulo (SP)

Matéria originalmente publicada em Revista Crescer

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