A importância de ensinar seu filho a perder

A importância de ensinar seu filho a perder

Nenhum pai ou mãe quer que o filho sofra: e, sim, muitas vezes é difícil dizer “não” e testemunhar a frustração da criança. Acontece que esse gesto simples é o primeiro passo para criar um indivíduo tolerante e que saiba lidar com as decepções da vida. “As perdas do dia a dia são uma oportunidade que ela aprenda em um ambiente protegido antes de enfrentar o mundo”, ensina a psicóloga infantil Silvana Rabello, da PUC-SP. Por isso, nada de deixar o filho ganhar toda vez que for jogar com ele, seja no futebol ou no videogame. Para a terapeuta familiar Roberta Palermo, de São Paulo, os pais devem aproveitar esse momento, inclusive, para observar como o filho se comporta. Assim podem ajudá-lo, caso ele esteja com dificuldade para aceitar as derrotas. E qual a melhor maneira de ensiná-lo a perder? Explicando, por exemplo, que errar faz parte do aprendizado e que ele pode se empenhar mais para acertar da próxima vez. “As frustrações, entretanto, precisam ser compatíveis com a idade da criança”, alerta a terapeuta. Em outras palavras, você não precisa esconder do seu filho a morte do bicho de estimação, mas talvez seja uma boa ideia poupá-lo dos problemas financeiros da família. Perder é bom Isso mesmo. Embora o erro e o fracasso sejam mal vistos na sociedade atualmente, os especialistas apontam que a recusa em aceitá-los pode gerar angústia. Afinal, a vida é feita de perdas e ganhos, e é papel dos pais preparar o filho para essa realidade. “Comprar a ideia de que a felicidade está em sempre conseguir tudo o que queremos é um equívoco, que pode até mesmo levar à depressão”, acredita Silvana Rabello. Ela defende que vale a pena mostrar à criança o prazer do processo – e não apenas do resultado. “Aí, tanto faz se você ganha ou perde: o que importa é a jornada”, conclui. Pense nisso. Matéria originalmente publicada em Revista...

Leia mais

6 segredos das crianças que (quase) nunca ficam doentes

6 segredos das crianças que (quase) nunca ficam doentes

Você, certamente, conhece alguém que tenha uma saúde de ferro. Sabe aquela pessoa que quase nunca fica resfriada, mesmo após tomar um banho de chuva e ficar horas com a roupa molhada no corpo? Ou, então, pode comer qualquer coisa que (quase) nada faz mal? Qual será o segredo dela? CRESCER conversou com o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para descobrir o que você pode fazer para que para dar uma reforçada na saúde do seu filho. Os segredos, como você vai ver, são simples e os resultados, bem duradouros. Vale a pena tentar. Confira Ser amamentada com leite materno até os 6 meses É o alimento mais completo que você pode oferecer ao seu filho. Só ele é capaz de suprir todas as necessidades de nutrientes e sais minerais do seu bebê até os 6 meses. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne muitas doenças, como alergias, obesidade, anemia, intolerância ao glúten etc. Segundo Fisberg, novas pesquisas mostram que as crianças amamentadas com leite materno crescem e ganham peso mais devagar, o que ajuda a prevenir o excesso de peso, um problema que vem aumentando entre as crianças ultimamente. Seguir uma dieta rica em nutrientes garante que o estado nutricional da criança se mantenha dentro do esperado, nem abaixo nem acima. É por meio de uma alimentação variada que a criança consegue suprir todas as suas necessidades de ferro, proteína, cálcio, fibras, vitaminas e minerais. “Carnes, especialmente as vermelhas, oferecem nutrientes importantes para o desenvolvimento das crianças e são absorvidos facilmente pelo organismo”, diz Fisberg. É importante incluir também vegetais verde-escuros, vermelhos e laranjas, para garantir as vitamina A e D. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a introdução de novos alimentos na dieta do bebê deve acontecer a partir do 6o mês, principalmente daqueles considerados alérgenos, como o ovo, peixe, amendoim e cerais. Isso porque nessa fase o sistema imunológico ainda está em formação, o que diminui o risco de reações alérgicas. Tomar vacinas O calendário brasileiro de vacinação é um dos mais completos do mundo. Por isso, deixar de proteger o seu filho está fora de questão. Ao manter a caderneta de vacinação da criança em dia, você garante não apenas a saúde dela, mas da população ao redor e ajuda a diminuir a mortalidade infantil. “Sem as vacinas, ainda morreríamos de sarampo e rubéola”, diz a pediatra Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações. Brincar mais ao ar livre É dessa forma que seu filho vai trocar o ar dos pulmões, ter contato com o sol – para aumentar a produção da vitamina D no organismo – e até com novas bactérias que vão...

Leia mais

Timidez na infância

Timidez na infância

Esconder-se nas pernas dos pais ao chegar a uma festa, ficar com vergonha ao ser chamado pela professora, estranhar a nova babá. Um certo grau de timidez é normal e esperado na primeira infância, período em que a criança está conquistando autonomia. Como ser extrovertido é uma qualidade valorizada na sociedade atualmente, entretanto, muitas vezes os pais tendem a se preocupar quando o filho demostra ser tímido demais. Se você faz parte desse grupo, contenha a ansiedade. “A timidez não assinala uma doença. É apenas um jeito de ser”, esclarece a psicopedagoga Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia. O problema está apenas na intensidade, de acordo com a educadora. “Se a característica é recorrente a ponto da criança se isolar e evitar a interação com outras crianças, por exemplo, escola e família precisam intervir e buscar ajuda profissional”, alerta. Menos cobranças Os pais precisam saber, no entanto, que o filho não deixará de ser tímido. Em vez de tentar mudá-lo, o papel do terapeuta é ajudá-lo a lidar com a timidez para que ela não interfira em seu desenvolvimento e aprendizado. O principal é oferecer mais oportunidades para ele se relacionar com outras crianças, mas sem forçá-lo. Seja no aniversário de um amigo ou no parque, com os pais por perto a criança se sentirá mais confiante para interagir. Mas muitas vezes, por trás do comportamento introvertido, há apenas insegurança. “Quando há muitas cobranças ou regras, a criança fica com receio de não corresponder às expectativas. Então, para não desapontar os adultos, se retrai”, explica Luciana. Nesse caso, ela sugere que as regras e as exigências sejam reavaliadas, de modo que a criança possa agir com mais espontaneidade e de acordo com suas capacidades. A influência do vínculo familiar Uma pesquisa recente da Universidade de Maryland (EUA) em parceria com a Universidade de Waterloo (Canada) mostrou que crianças muito inibidas e, ao mesmo tempo, inseguras em relação ao vínculo com os pais, têm mais risco de desenvolver distúrbios de ansiedade no futuro, principalmente os meninos. Para chegar a tal conclusão, os cientistas avaliaram 165 crianças aos 4 meses, aos 14, aos 24, aos 48, aos 84 e, depois, na adolescência, entre 14 e 17 anos.  “Os resultados podem sinalizar a prevenção e o tratamento do transtorno de ansiedade ao identificar fatores de risco em crianças permanentemente tímidas”, disse Erin Lewis-Morrarty, um dos responsáveis pela pesquisa, ao periódico Child Development. Matéria originalmente publicada em Revista...

Leia mais

Bebês são capazes de aprender muito

Bebês são capazes de aprender muito

Para isso precisam ser estimulados e desafiados a encarar novas vivências “Ela não entende nada do que você diz.” “Ele só chora.” “Bebês não fazem nada sozinhos.” Comentários como esses são comuns quando adultos se referem a crianças até 2 anos. A ideia de que são seres dependentes e alheios ao que acontece à sua volta tem norteado o modo como pais e educadores as tratam. Pesquisa do Ibope Inteligência em parceira com o Instituto Paulo Montenegro (IPM), divulgada em 2014, revela que, para 53% dos brasileiros, os pequenos começam a aprender alguma coisa só depois do sexto mês de vida. Quando perguntados sobre o que é mais importante para o desenvolvimento deles, 51% dos entrevistados disseram ser a ida ao pediatra e a vacinação. Receber atenção dos adultos obteve apenas 18% das respostas. Pouca gente sabe que essa turma, apesar de muito nova, aprende o tempo todo, entende boa parte do que dizemos e faz coisas sozinha. Basta dar oportunidades e desafios. Descobertas de todos os gêneros Na década de 1940, a pediatra austro-húngara Emmi Pikler (1902-1984) geriu o abrigo Lóczy, em Budapeste, hoje Instituto Emmi Pikler. Para lá, levou observações de quando atuava em uma clínica. Elas diziam muito sobre as competências e as necessidades dos bebês. Emmi notara, por exemplo, que a incidência de fraturas era menor em crianças de bairros operários que nas de famílias ricas – mesmo as primeiras tendo hábitos aparentemente mais perigosos, como correr na rua. O dado a fez pensar que a liberdade de movimento seria um impulso para aprender a melhor maneira de cair. Consequentemente, isso se mostrou uma prevenção mais eficaz do que o controle dos adultos. A médica também concluiu que quando o conforto dos bebês era privilegiado e suas escolhas respeitadas, conseguir a colaboração deles em momentos cotidianos, como o da alimentação, se tornava uma tarefa mais agradável para todos. Gerir o abrigo deu a Emmi a oportunidade de ampliar as observações e analisar como as vivências infantis aconteciam no dia a dia. Daí em diante, optou por enxergar os bebês que chegavam em Lóczy como pessoas que têm preferências, necessidade de afeto e competências. A proposta de pensar o bebê como alguém que aprende ativamente e, para tanto, precisa de autonomia e de respeito, tem a ver com o que defendem pensadores caros à Pedagogia. Jean Piaget (1896-1980) já dizia que o indivíduo, chamado de sujeito epistêmico, nasce com a capacidade de estabelecer relações por meio das quais desenvolverá seu conhecimento. É também do cientista suíço a ideia de ser essencial a participação ativa de cada ser humano para que haja aprendizagem. As duas prerrogativas são válidas para qualquer idade, inclusive até 2 anos. Desde o...

Leia mais

Ter filhos é… pagar mico! Como sobreviver às saias-justas em que as crianças colocam os pais

Ter filhos é… pagar mico! Como sobreviver às saias-justas em que as crianças colocam os pais

“Mãe, soltei um pum” ou “pai, aquele homem é muito feio” são apenas alguns exemplos de frases que as crianças insistem em dizer em alto e bom som, deixando os pais mortos de vergonha. Divirta-se com algumas histórias e saiba como agir sem precisar achar um buraco para se esconder. Ninguém, ninguém mesmo, costuma nos alertar que, com a chegada das crianças, vamos começar a pagar mico. Serão muitos, aliás. Enormes. De várias cores e formas. Se ainda não aconteceu com você, não se vanglorie: sua hora vai chegar. Eu estava toda relaxada escolhendo cebolas no supermercado quando Samuel, meu filho de 4 anos, gritou e apontou para um homem muito acima do peso que escolhia berinjelas a duas gôndolas da gente: “Aquele homem é gordo porque não come comidas saudáveis!”. Enquanto eles falam apenas “mamãe” e “papai” está tudo sob controle. Mas por volta dos 2 anos, as primeiras frases começam a ser formadas. “É nessa idade que surgem as ideias e a contextualização, ou seja, o entendimento aumenta muito”, explica Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital São Luiz (SP). A partir daí, apertem os cintos porque as crianças começam a perguntar, pedir e, pior, comentar e tirar suas próprias conclusões em voz alta. “Criança é símbolo de espontaneidade. É bom que os pais se preparem porque será difícil que sobrevivam à infância dos filhos sem passar por uma saia-justa”, afirma a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP). Para a auditora Débora Borges, 32 anos, mãe de João Pedro, 3, a primeira grande vergonha que passou com o filho foi em uma viagem da família para Ubatuba, no litoral de São Paulo. J.P., como é carinhosamente chamado, brincava com uma criança da mesma idade que estava na barraca ao lado com o avô. O homem tinha vitiligo, doença de pele em que ocorre a perda da pigmentação. “Quando meu filho viu o avô do menino, gritou: ‘Mamãe, olha a onça-pintada!’ Eu não sabia onde enfiar a cara. Pedi desculpas ao homem e expliquei ao J.P. que aquilo era um dodói”, lembra Débora. Também foi na praia que o filho da advogada Kátia Muniz, 37 anos, viu um anão pela primeira vez. Gabriel, então com 4 anos, disse em alto e bom som: “Mamãe! Aquele menino tem o meu tamanho e já tem barba!”, lembra, constrangida. “A criança é muito observadora e percebe rapidamente pessoas ‘diferentes’ daquelas com quem está habituada a conviver. Não devemos reprimir a surpresa com a qual ela manifesta seu contato com o mundo, mas sim orientá-la que as pessoas podem se entristecer com certos comentários”, explica a psicóloga. Outra dica é se antecipar quando avistar uma situação que possa gerar saia-justa e explicar...

Leia mais